sábado, 24 de janeiro de 2015


O papel da inclusão digital na gestão escolar

Na atualidade a inclusão digital é necessária para que o indivíduo não seja excluído da vida social e também do mundo do trabalho. Diversas atividades do nosso dia-a-dia necessitam de um mínimo de conhecimentos sobre computadores e mais especificamente sobre o uso da internet. Essas mudanças na sociedade ocorrem independentemente da vontade dos indivíduos, mas afeta diretamente suas vidas. A cada dia que passa necessitamos de mais conhecimentos para fazer atividades cotidianas e quem não se adéqua a essas mudanças, fica excluído.

É através da internet, dessa imensa rede global de computadores interligados, que nos comunicamos, nos informamos, nos expressamos das mais diversas formas, tanto através das redes sociais estabelecendo relações de amizade e profissionais, como em sites e blogs diversos relativos aos assuntos profissionais e também de entretenimento.

Mas para estar incluído digitalmente, não basta apenas possuir o computador, com acesso à internet, é preciso acima de tudo saber usar as ferramentas com um determinado objetivo, ou seja, saber o que e para que fazer. Segundo Montanaro:

“inclusão digital é o ato de dar acesso a tecnologias de informação e comunicação a toda a população, oferecendo também todas as condições necessárias para que elas utilizem computadores e todo e qualquer dispositivo digital a fim de buscar melhorias em suas condições de vida e de toda a sua comunidade.”

Nem a escola, nem sua gestão podem estar alheias a este contexto. É claro que ainda é essencial a escola o ensino da leitura e escrita, afinal, sem essas capacidades o indivíduo não consegue utilizar quaisquer ferramentas digitais disponíveis para a comunicação. É preciso que o aluno aprenda a ler e a escrever autonomamente, para que possa utilizar os dispositivos digitais corretamente. Ao preparar o educando para a vida, as novas demandas sociais não podem ser ignoradas pela escola e isso inclui prepará-lo para a inclusão digital. Além do ensino da leitura e da escrita, é preciso preparar a criança para utilizar esses conhecimentos no mundo digital a seu favor, para melhorar suas condições de vida e da sociedade na qual está inserido.

O trabalho do gestor não escapa a esse aspecto. Se entendermos a gestão escolar como gestão democrática, a participação da comunidade escolar é ativa, tanto no levantamento dos problemas, como na decisão do melhor caminho para a resolução, sendo gestão e comunidade corresponsáveis nesse processo. Desse modo, a comunicação entre a gestão e a comunidade escolar, é intensa e necessária em diversos momentos, podendo ser muito facilitada com o uso da internet.

Muito mais eficaz que o envio de bilhetes escritos ou as ligações telefônicas, a internet possibilita a comunicação com a comunidade em tempo real, agilizando e facilitando muito o processo. Além disso, os usuários da internet não a acessam apenas para obter informações, atualmente conseguem participar, opinar, interagir e até mesmo em alguns casos modificar os conteúdos que acessam. Essa possibilidade de interatividade, poderia, por exemplo, fortalecer a participação do Conselho de Escola. Todos poderiam propor pautas para serem discutidas nas reuniões e essas seriam de conhecimento de todos os membros com a antecedência necessária para que pudessem consultar seus pares e votar de acordo com a opinião da maioria. A própria votação poderia fazer parte de uma consulta maior envolvendo toda a comunidade.

Tal canal comunicativo entre escola e comunidade também atuaria como uma importante fonte de avaliação do trabalho realizado pela escola. Através da possibilidade de conhecer e opinar sobre o trabalho desenvolvido pela escola seria garantida a comunidade escolar uma participação mais real e efetiva na gestão escolar.

Além disso, cabe ao gestor liderar os debates sobre a inserção das tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Montanaro:

 “E o papel de um gestor educacional é absolutamente central nesse processo, assumindo a liderança no debate da comunidade escolar para que se encontrem caminhos de se inserir as tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem de forma contextualizada no projeto político-pedagógico.”

 

Referências:


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